Foi anunciado um Port oficial do jogo de horror clássico Clock Tower, sendo assim a primeira vez, após mais de 30 anos de espera, que os fãs vão poder jogar o jogo de forma oficial, com idiomas em inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e japonês.
Esse jogo nunca tinha sido lançado oficialmente no Ocidente, contava apenas com uma versão traduzida por fãs, com uma tradução bem ruim.
Essa versão terá nova abertura, cutscenes estilo HQ, um tema musical cantado pela Mary Elizabeth McGlynn, conhecida pelos vocais em Silent Hill.
Vai manter os gráficos, mecânicas de gameplay, mas vai adicionar melhorias.
O jogo está planejado para lançar em 2024 e será publicado pelos Wayfoward e Limited Run Games.
Um dos precurssores do survival horror.
O primeiro Clock Tower foi lançado em 1995, para o SuperFamicon, depois foi portado para PC/Playstation/SNes.
É um dos primeiros jogos de survival-horror junto com Sweet Home e Alone in the Dark, antes de Resident Evil popularizar o gênero no final da década de 90.
Como comentado, o jogo nunca chegou de forma oficial no Ocidente, tendo somente tradução por fãs (e ficou assim por quase 30 anos!).
A trama é sobre um grupo de garotas orfãs que vão para uma mansão na Noruega, junto com a mentora Mary, para serem adotadas.
Ao chegar na grande mansão, após um apagão, as amigas de Jennifer Simpson, nossa protagonista, desaparecem misteriosamente.
Cabe então à nossa heroína procurar pelas amigas, investigar os mistérios por trás da Mansão Barrows e, claro, tentar sobreviver do Stalker Scissorman, uma figura deformada que carrega um grande par de tesouras de jardineiro.
A gameplay é no estilo Point&Click, onde nós clicamos em um local no cenário e a personagem se move automaticamente até ele.
Exploramos a imensa Mansão Barrows, coletando itens, lendo textos e pistas sobre a trama e desbloqueando novas áreas na mansão, tudo isso, é claro, com um assassino à solta.
Dependendo de certas rotas tomadas, certos eventos acabam sendo desencadeados, como causar a morte das amigas de Jennifer e fazer o Scissorman aparecer e nos perseguir incansavelmente.
A personagem não pode lutar contra a ameaça, apenas fugir e se esconder para despista-lo, seja se escondendo embaixo de camas, se trancar dentro do banheiro, trancar portas, etc. Mas em alguns casos, o Scissorman não pode ser parado, atacando a porta e conseguindo entrar e matar a personagem.
O máximo que podemos fazer é impedir o ataque mortal ao ficar apertando o botão de luta (que vai depender do console usado), onde a Jennifer consegue se livrar do ataque e fugir, mas o êxito da fuga vai depender do status mental dela: caso o avatar dela esteja em cor vermelha, significando estado de pânico, ela não conseguirá escapar do ataque e acabará sendo morta.
Azul é a cor que representa o status normal da personagem, e a cor vai mudando dependendo do desenrolar da jogatina. Tem que manter a cor sempre alta, pois caso fique em condição de perigo, ela pode acabar tropeçando e não conseguir fugir do ataque do Scissorman, como já comentado.
Um grande problema e que frusta muito é que, apesar dos designs da mansão serem bonitos, todos os cenários externos são iguais, o que deixa a exploração confusa, e pra piorar não tem mapa.
Temos que memorizar de cabeça qual cômodo fica atrás das portas.
A lentidão do movimento da personagem também não ajuda, subir e descer escadas é um suplícico de tão demorado.
A Jennifer consegue correr durante a exploração, pelo menos.
Por ter vários finais, tem que se fazer muita coisa para desbloquea-los. Verificar item X desencadeia evento Y. Há ordens corretas para fazer as coisas, então fazer todos os finais pode acabar demorando.
Muito da gameplay é somente pegar tal item em local A e leva-lo para o local B. É um vai e volta, sobe escada, desce escada, no final o jogador se sente um maratonista das Olimpíadas.
Embora a gameplay possa ser difícil ou irritante para os padrões de hoje, o jogo tem uma boa atmosfera e cenários bons. Prezando mais pelo suspense e mistério, a quase falta de trilha sonora ajuda, pois a maioria dos sons são apenas os rangeres das portas abrindo, os passos da Jennifer andando pelo assoalho, e o barulho das lâminas das tesouras do Scissorman batendo.
Pouca música é usada, só em momentos chaves e cutscenes.
A música tema de perseguição Don't Cry Jennifer toca sempre que o Scissorman aparece e persegue a personagem. É um tema muito bom e icônico.
Inspirações no Cinema de Horror Italiano
Dario Argento é um diretor italiano que serviu de inspiração para Clock Tower, inclusive influenciou Silent Hill também.
Duas obras do diretor mais notadas no jogo são Suspiria (1977) e Phenomena (1985), o último sendo o mais óbvio, por ter várias referências e semelhanças na trama do jogo.
É nítida a semelhança da atriz Jennifer Connely com a protagonista Jennifer Simpson. Ambas as obras têm muito em comum em termos de enredo, mas não irei comparar por causa de spoilers.
O Legado de Clock Tower
O jogo recebeu várias sequências, uma intitulada Clock Tower, mesmo nome do primeiro jogo e por causa disso houve confusão entre o público, pois como o primeiro jogo não chegou no Ocidente, apenas esse, muitos pensavam que era o primeiro Clock Tower e jogaram sem saber que se tratava de uma sequência.
Para diferenciar os dois, o Clock Tower original recebeu o subtítulo de The First Fear.
Clock Tower 2: The Struggle Within, apesar de ter o "dois" no título, esse jogo não tem relação nenhuma com os dois primeiros, que são o começo e continuação, por isso houve mais confusão entre o público.
A protagonista é diferente e a história não tem nada a ver com os outros jogos.
Os fãs consideram esse o pior jogo da franquia, e eu devo concordar, porque foi uma experiência mais irritante do que divertida.
Clock Tower 3 foi lançado para o Playstation 2. Também não tem relação com os outros jogos, nova protagonista e nova história.
Aqui a protagonista viaja para vários períodos diferentes da história para salvar a alma de espíritos inquietos, têm vários perseguidores com visual inspirado em vilões de filme slasher, tipo Michael Myers, Jason, Leatherface, etc.
Tem magia e, inclusive, a protagonista se transforma a lá Sailor Moon.
Haunting Ground Jogo com gameplay parecida, onde a protagonista estar em um grande castelo gótico e é perseguida por stalkers.
Não sei muito sobre o desenvolvimento desse jogo por ainda não ter jogado, mas muitos consideram ele o "Clock Tower da Capcom".
NightCry Jogo do criador de Clock Tower, Hifumi Kono. Era para ser um sucessor espiritual, inclusive, Masahiro Ito, conhecido pelo design dos monstros dos primeiros 3 Silent Hills, desenhou o Monstro Stalker do jogo, chamado Scissor Walker.
O jogo teve péssima recepção de crítica e público.
Remothered Esse projeto começou como sendo um remake de fã do primeiro Clock Tower, existem imagens e vídeos sobre o projeto, mas ele acabou sendo cancelado e virou um jogo original.
É um "Jogo de Stalker", assim como os outros, onde não podemos lutar e só fugir e se esconder.
Também é inspirado nos filmes de Dario Argento, inclusive, há uma homenagem à Clock Tower envolvendo um item colecionável mostrando o poster de um filme com um par de tesouras.
Remothered estava planejado para ser uma trilogia, mas, devido à problemas no desenvolvimento, o terceiro capítulo do jogo foi cancelado, ficando somente dois jogos lançados: Remothered: Tormented Fathers e Remothered: Broken Porcelain.
Conclusão: Clock Tower é um clássico do survival-horror e que acabou influenciando várias obras com o passar do tempo. O próprio Outlast, que é um "Jogo de Stalker", mas não foi o primeiro a usar esse estilo de gameplay.
O jogo original tem problemas, principalmente na jogabilidade, que pode ser lenta e datada para os padrões de hoje, e que pode exigir paciência por parte dos jogadores.
Esse Port foi um anúncio que ninguém esperava, mas foi uma surpresa muito bem-vinda.
Esse jogo nunca tinha sido lançado oficialmente no Ocidente, contava apenas com uma versão traduzida por fãs, com uma tradução bem ruim.
Essa versão terá nova abertura, cutscenes estilo HQ, um tema musical cantado pela Mary Elizabeth McGlynn, conhecida pelos vocais em Silent Hill.
Vai manter os gráficos, mecânicas de gameplay, mas vai adicionar melhorias.
O jogo está planejado para lançar em 2024 e será publicado pelos Wayfoward e Limited Run Games.
Um dos precurssores do survival horror.
O primeiro Clock Tower foi lançado em 1995, para o SuperFamicon, depois foi portado para PC/Playstation/SNes.
É um dos primeiros jogos de survival-horror junto com Sweet Home e Alone in the Dark, antes de Resident Evil popularizar o gênero no final da década de 90.
Como comentado, o jogo nunca chegou de forma oficial no Ocidente, tendo somente tradução por fãs (e ficou assim por quase 30 anos!).
A trama é sobre um grupo de garotas orfãs que vão para uma mansão na Noruega, junto com a mentora Mary, para serem adotadas.
Ao chegar na grande mansão, após um apagão, as amigas de Jennifer Simpson, nossa protagonista, desaparecem misteriosamente.
Cabe então à nossa heroína procurar pelas amigas, investigar os mistérios por trás da Mansão Barrows e, claro, tentar sobreviver do Stalker Scissorman, uma figura deformada que carrega um grande par de tesouras de jardineiro.
Scissorman
A gameplay é no estilo Point&Click, onde nós clicamos em um local no cenário e a personagem se move automaticamente até ele.
Exploramos a imensa Mansão Barrows, coletando itens, lendo textos e pistas sobre a trama e desbloqueando novas áreas na mansão, tudo isso, é claro, com um assassino à solta.
Dependendo de certas rotas tomadas, certos eventos acabam sendo desencadeados, como causar a morte das amigas de Jennifer e fazer o Scissorman aparecer e nos perseguir incansavelmente.
A personagem não pode lutar contra a ameaça, apenas fugir e se esconder para despista-lo, seja se escondendo embaixo de camas, se trancar dentro do banheiro, trancar portas, etc. Mas em alguns casos, o Scissorman não pode ser parado, atacando a porta e conseguindo entrar e matar a personagem.
O máximo que podemos fazer é impedir o ataque mortal ao ficar apertando o botão de luta (que vai depender do console usado), onde a Jennifer consegue se livrar do ataque e fugir, mas o êxito da fuga vai depender do status mental dela: caso o avatar dela esteja em cor vermelha, significando estado de pânico, ela não conseguirá escapar do ataque e acabará sendo morta.
Azul é a cor que representa o status normal da personagem, e a cor vai mudando dependendo do desenrolar da jogatina. Tem que manter a cor sempre alta, pois caso fique em condição de perigo, ela pode acabar tropeçando e não conseguir fugir do ataque do Scissorman, como já comentado.
Um grande problema e que frusta muito é que, apesar dos designs da mansão serem bonitos, todos os cenários externos são iguais, o que deixa a exploração confusa, e pra piorar não tem mapa.
Temos que memorizar de cabeça qual cômodo fica atrás das portas.
A lentidão do movimento da personagem também não ajuda, subir e descer escadas é um suplícico de tão demorado.
A Jennifer consegue correr durante a exploração, pelo menos.
Por ter vários finais, tem que se fazer muita coisa para desbloquea-los. Verificar item X desencadeia evento Y. Há ordens corretas para fazer as coisas, então fazer todos os finais pode acabar demorando.
Muito da gameplay é somente pegar tal item em local A e leva-lo para o local B. É um vai e volta, sobe escada, desce escada, no final o jogador se sente um maratonista das Olimpíadas.
Embora a gameplay possa ser difícil ou irritante para os padrões de hoje, o jogo tem uma boa atmosfera e cenários bons. Prezando mais pelo suspense e mistério, a quase falta de trilha sonora ajuda, pois a maioria dos sons são apenas os rangeres das portas abrindo, os passos da Jennifer andando pelo assoalho, e o barulho das lâminas das tesouras do Scissorman batendo.
Pouca música é usada, só em momentos chaves e cutscenes.
A música tema de perseguição Don't Cry Jennifer toca sempre que o Scissorman aparece e persegue a personagem. É um tema muito bom e icônico.
Inspirações no Cinema de Horror Italiano
Dario Argento é um diretor italiano que serviu de inspiração para Clock Tower, inclusive influenciou Silent Hill também.
Duas obras do diretor mais notadas no jogo são Suspiria (1977) e Phenomena (1985), o último sendo o mais óbvio, por ter várias referências e semelhanças na trama do jogo.
É nítida a semelhança da atriz Jennifer Connely com a protagonista Jennifer Simpson. Ambas as obras têm muito em comum em termos de enredo, mas não irei comparar por causa de spoilers.
Esquerda: Jennifer de Phenomena, Direita: Jennifer de Clock Tower.
O Legado de Clock Tower
O jogo recebeu várias sequências, uma intitulada Clock Tower, mesmo nome do primeiro jogo e por causa disso houve confusão entre o público, pois como o primeiro jogo não chegou no Ocidente, apenas esse, muitos pensavam que era o primeiro Clock Tower e jogaram sem saber que se tratava de uma sequência.
Para diferenciar os dois, o Clock Tower original recebeu o subtítulo de The First Fear.
Clock Tower 2: The Struggle Within, apesar de ter o "dois" no título, esse jogo não tem relação nenhuma com os dois primeiros, que são o começo e continuação, por isso houve mais confusão entre o público.
A protagonista é diferente e a história não tem nada a ver com os outros jogos.
Os fãs consideram esse o pior jogo da franquia, e eu devo concordar, porque foi uma experiência mais irritante do que divertida.
Clock Tower 3 foi lançado para o Playstation 2. Também não tem relação com os outros jogos, nova protagonista e nova história.
Aqui a protagonista viaja para vários períodos diferentes da história para salvar a alma de espíritos inquietos, têm vários perseguidores com visual inspirado em vilões de filme slasher, tipo Michael Myers, Jason, Leatherface, etc.
Tem magia e, inclusive, a protagonista se transforma a lá Sailor Moon.
Haunting Ground Jogo com gameplay parecida, onde a protagonista estar em um grande castelo gótico e é perseguida por stalkers.
Não sei muito sobre o desenvolvimento desse jogo por ainda não ter jogado, mas muitos consideram ele o "Clock Tower da Capcom".
NightCry Jogo do criador de Clock Tower, Hifumi Kono. Era para ser um sucessor espiritual, inclusive, Masahiro Ito, conhecido pelo design dos monstros dos primeiros 3 Silent Hills, desenhou o Monstro Stalker do jogo, chamado Scissor Walker.
O jogo teve péssima recepção de crítica e público.
Hifumi Kono (esquerda), criador de Clock Tower
Remothered Esse projeto começou como sendo um remake de fã do primeiro Clock Tower, existem imagens e vídeos sobre o projeto, mas ele acabou sendo cancelado e virou um jogo original.
É um "Jogo de Stalker", assim como os outros, onde não podemos lutar e só fugir e se esconder.
Também é inspirado nos filmes de Dario Argento, inclusive, há uma homenagem à Clock Tower envolvendo um item colecionável mostrando o poster de um filme com um par de tesouras.
Remothered estava planejado para ser uma trilogia, mas, devido à problemas no desenvolvimento, o terceiro capítulo do jogo foi cancelado, ficando somente dois jogos lançados: Remothered: Tormented Fathers e Remothered: Broken Porcelain.
Conclusão: Clock Tower é um clássico do survival-horror e que acabou influenciando várias obras com o passar do tempo. O próprio Outlast, que é um "Jogo de Stalker", mas não foi o primeiro a usar esse estilo de gameplay.
O jogo original tem problemas, principalmente na jogabilidade, que pode ser lenta e datada para os padrões de hoje, e que pode exigir paciência por parte dos jogadores.
Esse Port foi um anúncio que ninguém esperava, mas foi uma surpresa muito bem-vinda.