Nome: Dragon’s Crown
Gênero: Beat’em up, RPG
Produtora: Vanillaware
Plataforma(s): Playstation 3, Playstation Vita
Versão analisada: Playstation 3, japonesa
Gênero: Beat’em up, RPG
Produtora: Vanillaware
Plataforma(s): Playstation 3, Playstation Vita
Versão analisada: Playstation 3, japonesa
Coroa do Dragão
Galeria ambulante
Tecnicamente, DC é um jogo muito bem acabado, com tudo em alta definição, framerate estável, livre de loadings chatos e com bons efeitos visuais.
Outro ponto forte do jogo é a trilha sonora: uma imponente OST orquestrada com uma pegada mais “oldschool” faz com que o jogador se sinta realmente dentro de uma grande e fantástica aventura.
Os mistérios do reino
O mais interessante de tudo é que a história é contada por um narrador, lembrando um mestre de RPG de mesa, ou mesmo um simples contador de histórias. Por conta disso, nenhum personagem dialoga diretamente. Para iniciar a aventura, o jogador conta com seis personagens distintos, que apesar de suas motivações para estarem na aventura serem diversas, em nada afeta no desenrolar da trama; Ruim para quem esperava por algo mais aprofundado, ótimo para quem quer saber sobre tudo do jogo sem precisar encarar várias jogatinas e/ou informações fragmentadas.
Só mais uma ficha!
Por exemplo: o personagem utilizado para essa análise foi o Anão, classe forte e resistente, com skills especializadas em golpes especiais e arremessos. Um mesmo Anão pode ainda ser especializado em ataques aéreos e utilização de explosivos, um mais equilibrado com um pouco de tudo, ou qualquer outra combinação diferente. Mais tarde, foi testado o gameplay com cada um dos outros personagens, e os resultados foram catastróficos, pois não importa quanto tempo foi dedicado ao Anão; A experiência adquirida pouco adiantou para a complexibilidade dos tempos de conjuração de magias do Mago ou para administrar a quantia limitada de flechas da Elfa, citando apenas duas das outras classes.
Outro destaque vai para o balanceamento do jogo, já que há personagens mais voltados para coop enquanto outros conseguem aguentar mais o tranco sozinhos, mas todos têm seus altos e baixos, sem ter nenhum em destaque ou defasado.
A navegação de DC é feita basicamente em uma cidade – nela, o jogador pode trocar seu personagem, comprar itens e trocar equipamentos, aceitar novas sidequests, escolher alguma fase e/ou prosseguir na história. Até aí nada especial, já que o que importa mesmo é na hora da ação durante as fases; Nelas, o bom design é evidente, com inúmeras passagens opcionais, armadilhas e inimigos bem posicionados (esses últimos, apesar de não serem estratégicos, são bastante agressivos). O jogo possui tudo que um bom beat’em up clássico tem, como variedade de situações, armas temporárias espalhadas pelas salas, itens que recuperam energia, montarias e sistema de pontuação, com direito a ganhar vidas extras dependendo da quantia. Exploração também não falta, já que os estágios também guardam vários tesouros escondidos, onde o jogador precisa procurar guiando um cursor pela tela, runas mágicas nas paredes que causam vários efeitos diferentes dependendo da combinação certa (como dinheiro extra, vida extra ou um ataque especial de área) e vários baús que guardam equipamentos diversos, onde o nível de raridade (e consequentemente de utilidade) depende de vários fatores, como sua localização, por exemplo.
O jogo é basicamente dividido em duas partes: de início, conta com nove fases, inimigos fixos e dificuldade baixa, mas é a partir daí que DC realmente começa, liberando o modo online, uma nova rota para cada estágio, dificuldade muito maior, inimigos aleatórios na maioria das salas e a possibilidade de jogar as fases de modo aleatório e/ou seguidas umas das outras, como se fosse os antigos beat’em ups de arcades. Tudo isso ajuda a deixar cada jogatina com um ar diferenciado e eleva o fator replay a níveis inimagináveis, pois é muito fácil viciar no jogo e buscar prolongar cada vez mais sua jornada por bônus cada vez melhores, pois quanto mais tempo o jogador fica sem voltar para a cidade, maiores as chances de bons tesouros e maior a experiência adquirida.
Quando o jogador encara sessões com várias fases seguidas, ele possui a opção de trocar sets prontos de equipamentos, recurso muito útil para poder adequar o personagem a cada fase, além de evitar que os equipamentos se quebrem pelo desgaste e comprometa o desempenho. Há também alguns minigames de preparar comida, garantindo bônus como HP extra, mais pontos ou até mesmo aumento temporário de stats para as próximas fases.
A cada final de fase, o jogador precisa encarar uma luta contra um chefão. Todos eles são bem diferenciados e desafiadores, indo desde um (aparentemente) inofensivo coelhinho branco a um gigantesco dragão vermelho. O mais interessante deles é que a metade oferece a opção de não enfrentá-los, seja fugindo desde o começo ou esperando um tempo para que a fuga aconteça automaticamente. Lógico, isso traz diversas consequências negativas, mas não deixa de ser uma boa opção para quem ainda está muito fraco, mas não quer perder todo o progresso tentando derrotar um inimigo quase impossível.
O único ponto negativo do jogo fica para a inteligência artificial dos NPCs que acompanham o jogador. Adquirir os personagens em si é bem diferenciado e divertido, já que é preciso coletar esqueletos pelas fases (no contexto, são aventureiros que morreram no meio do caminho) e revivê-los através da igreja na cidade, podendo encontrar vez ou outra até mesmo NPCs baseados em outros jogadores do modo online que morreram. O problema é que eles possuem o dom de cair em todas as armadilhas e tomar todos os golpes esquiváveis dos chefões em toda e qualquer fase que eles participam. Outro ponto ruim deles é o fato de não possuirem mais de um set de equipamentos (exceto os oriundos de players), e nem dão opção de customização, fazendo com que longas jornadas com eles sejam inviáveis devido ao desgaste de seus equipamentos.
Destruindo vidas sociais
As sidequests são tarefas simples, mas variadas, como derrotar chefes sem a ajuda de NPCs, coletar itens, derrotar um certo número de um inimigo específico ou até mesmo resolver pequenos puzzles durante as fases. Essas quests, além de liberarem preciosos pontos de skills, abrem belíssimas artworks e pequenas lendas que acompanham cada ilustração, uma boa motivação extra para terminar todas e completar a galeria de arte.
O jogo possui também o já citado online, onde os jogadores conectados podem jogar em coop em partidas de outras pessoas, “caindo” no meio das fases como se fosse um legítimo fliperama ou organizando as partidas antecipadamente entre amigos. DC tem também a rara opção de ser jogado em coop offline, ótima para quem tem com quem jogar em casa. Vale lembrar que é no coop (off ou online) que o jogo mostra seu verdadeiro potencial, com o domínio sobre as mecânicas e personagens exigidas ao extremo para vencer desafios em níveis avançados, deixando as partidas ainda mais intensas.
Para quem ainda não ficou satisfeito com tudo que o jogo oferece, ainda há o Labyrinth of Chaos, uma dungeon de 99 andares (cada andar tem o tamanho de uma fase) e até mesmo um chefão exclusivo. Nele, tudo é aleatório, desde cenários e inimigos a itens e armadilhas. Para completar, chefões podem aparecer como inimigos comuns no meio dos estágios em andares mais avançados, tornando esse extra o desafio definitivo dos mais viciados e o opcional mais divertido que a própria main quest.
“Porradaria”
Nota: 9,8 (Luxo)