EM RITMO DE PULO
Rayman Legends dá continuidade ao legado do renascimento do personagem nos consoles da ainda coexistente geração, além das novas plataformas, mostrando que a arte do pulo quando bem executada é capaz de caracterizar uma jornada deveras viciante.
Assim como outrora, em jogos das gerações 8/16-bit, a dinâmica de Legends é incrivelmente simples e de fácil acesso. Mas sua simplicidade esconde um desafio competente e condizente com o domínio, ou controle propriamente dito, sobre o jogo e sua capacidade de se superar como jogador. Embora seja de fácil manuseio, Legends lhe instiga a tentar mais uma vez mesmo encarando muitas perdas, não só pelo carisma dos personagens e mundo, mas devido a fluidez de sua jogabilidade e consecutivamente o vício que ela é capaz de providenciar pela diversão. Os diversos checkpoints espalhados pelas fases também garante menos frustração para quem não seja tão adepto a este tipo de jogo, permitindo assim que tenham uma chance mais rápida de se superar.
A diversidade apresentada entre os muitos estágios é também algo a se ressaltar. O padrão entre conseguir achar todos os Tensies, pequenos seres azulados que Rayman e Cia. devem salvar em cada pintura/fase, é visto em suma em todos os estágios, mas nenhuma fase é igual a outra. A perceptível preocupação com o level design é demonstrada na variedade de desafios, nos cenários, na forma como explorá-los e achar seus segredos.
Em meio aos estágios convencionais há fases diferenciadas para liberar personagens ou mesmo avançar no modo principal. As últimas fases de cada mundo de Legends são um destaque à parte pois são musicais, onde é necessário manter a coordenação motora para pular e atacar em momentos certos, tudo em conjunto com o ritmo do som! Logo no primeiro mundo é possível confirmar o quanto a inclusão deste conceito é magnífica por abordar momentos tão divertidos como igualmente desafiadores.
As lutas contra chefes também apresentam um bom desafio, mas mostram aquele velho esquema de gravar padrões para se sair bem.
Mas não é só em sua jogabilidade que Legends consegue alcançar primor. O grafismo, mais uma vez provido pela UbiArt Framework, dá vida ao mundo excêntrico e cheio de olhos do nosso herói desmembrado. É como ver um desenho animado interativo. A vida que o motor gráfico consegue expressar mostra o acerto na direção artística e expande o fator diversão devido a elevação do caricato, do bom humor que Rayman carrega em sua bagagem e face, dos notáveis detalhes.
A trilha sonora também ajuda e muito e é um caso onde dá gosto, por exemplo, de correr e saltar ao som do tema principal. A excentricidade das músicas em algumas fases é outro lado positivo, mas num geral elas servem como motor para que seus pulos não cessem, para que você tente de novo empolgado; mostram-se intrínsecas com a jogabilidade.
Mesmo apresentando uma vasta gama de personagens Legends na verdade recicla designs originais com skins diferenciadas. Rayman, por exemplo, possui suas variações, mas todas performam da mesmíssima maneira. Se você consegue jogar com um personagem será capaz de avançar com todos. Talvez a forma de explorar o jogo, dando brechas inclusive para alcançar objetivos de formas ainda mais diferenciadas, pudesse ter sido mais desenvolvida — como é visto entre a jogabilidade de Dixie ou Diddy Kong em Donkey Kong Country 2, por exemplo.
Como se não bastasse trazer dezenas de fases, ou pinturas como são chamadas, o pacote ainda abriga o conteúdo Back to Origins, este que permite jogar muitos estágios de Rayman Origins e seus mundos. E conteúdo é uma coisa felizmente abundante em Legends. Chegar ao seu final enquanto um grande desafio, principalmente coletando todos os Tensies e melhores pontuações, é a ponta do iceberg. Desafios diários e semanais disponibilizado pela Ubisoft via internet permitem que você compita com outros jogadores em busca do melhor rank. Há também a coleção de umas criaturas pra lá de estranhas, a liberação dos estágios propriamente ditos e personagens jogáveis, os Lucky Tickets (ou "raspadinhas"), além é claro da possibilidade de vivenciar muito de tudo isso em multiplayer cooperativo para até 4 pessoas! Você terá muito o que fazer, pode apostar.
Rayman Legends embora tenha uma história resume-se a salvar os Tensies espalhados mundo afora nas misteriosas pinturas. Sua simplicidade neste quesito é claramente para dar espaço ao verdadeiro trunfo que é a sua jogabilidade e diversão gerada. Queria que eles explorassem mais o tema medieval, mas digo isso em referência a inimigos e ambientação, pois desde que me entendo por gamer os jogos de plataforma bidimensionais (ou não) são focados na jogabilidade e desafio.
Legends além de me confirmar o motivo de ser fã do gênero é sem sombra de dúvidas uma das melhores escolhas que você possa fazer se quiser um triângulo bem sucedido formado por diversão, desafio e conteúdo. Clássico.
+
- Vídeo com gameplay da fase musical Castle Rock.
- Rayman Legends a partir de R$70 no Acha Jogo Barato.
- No Steamele também está custando R$70.
- Diário de desenvolvimento em francês com o compositor Cristophe Héral.
- Tema principal mágico de se ouvir.
PONTOS POSITIVOS:
+ Conteúdo diversificado | + Desafio | + Jogabilidade fluída
PONTO NEGATIVO:
- Variedade de personagens sem influência na jogabilidade
JOGABILIDADE: 9.5 | HISTÓRIA: 6.0 | MÚSICA: 9.0 | GRÁFICOS: 10
NOTA GERAL: 9.5
NOTA GERAL: 9.5