Jogo: Soul Blazer
Sistema: Super Nintendo
Jogabilidade: Action RPG
Desenvolvedora: Quintet
Lançamento: 31/01/92
Idioma:
Tempo de gameplay: 10~14 horas
Uma série que realmente escapou dos holofotes quando foram lançados, é uma quadrilogia de títulos (muitas vezes interpretada como uma trilogia) que focam em morte e reencarnação, produzida por uma empresa chamada Quintet. A Quintet foi fundada por dois ex-membros da Falcom, que saíram durante o desenvolvimento de Ys III para fundar a empresa. A franquia é carinhosamente chamada de “Trilogia Gaia”. A Quintet já era responsável por aquele que era o jogo mais amado da Enix que não possuía “Dragon” ou “Quest” no título, chamado ActRaiser.
Pouco depois de ActRaiser em 1990, a Quintet começou a trabalhar em Soul Blazer, e depois de ser lançado com críticas bastante boas e atenção decente, a série foi assim criada. Em 1993, a Quintet criou Illusion of Gaia, e após um breve hiato com Robotrek, eles lançaram Terranigma em 1995. Pouco depois, o designer gráfico Koji Yokota deixou a empresa para formar sua própria empresa, a Shade, que trouxe consigo vários membros do Quintet, incluindo Tomoyoshi Miyazaki, e desenvolveu um quarto jogo que pretendia ser o sucessor espiritual de Terranigma, The Granstream Saga.
Soul Blazer é um jogo difícil de descrever. Muito parecido, com o ActRaiser antes dele, Soul Blazer gira fortemente em torno da construção de seu personagem. Ele possui uma espécie de divindade enviada dos céus, e tem a tarefa de reconstruir o mundo após sua destruição por um demônio conhecido como Deathtoll. O mundo e seus habitantes foram despedaçados e suas almas presas dentro de selos guardados por demônios. Como o herói, você deve, é claro, matar os demônios e livrar as almas presas para que o mundo possa ser restaurado.
O jogo é dividido em seis mundos em que você viajará em vários intervalos ao longo da sua jornada. Cada um possui uma cidade central e várias masmorras conectadas a ela. Quando você chega em cada um dos mundos, você só terá acesso a uma única área da masmorra. Ao viajar pelas masmorras, você encontrará selos com monstros saindo deles. Cada selo contém um certo número de monstros, e uma vez que todos eles são destruídos, você poderá libertar as almas presas.
Cada selo tem algum efeito. Alguns apenas abrem caminhos para você continuar mais fundo na masmorra e alguns abrem outros selos. Mas na maioria das vezes, um selo liberará a alma de um NPC na cidade, às vezes acompanhado por uma construção. NPCs têm todos os tipos de funções. Alguns dão itens, alguns dão dicas sobre o que você deve fazer, alguns desbloqueiam as entradas para outras masmorras, alguns se juntam a você permanentemente como aprimoramentos para o herói e outros são apenas NPCs com diálogos sem nenhuma finalidade. Conforme você persiste nas masmorras, você liberará mais e mais almas até que a cidade seja reconstruída e repovoada.
Infelizmente, esta é praticamente a fórmula para todo o jogo. O padrão é repetido religiosamente em todas as áreas. Ocasionalmente, quando você obtém uma nova arma ou nova armadura, você pode retornar a uma área anterior e acabar com monstros que você não conseguia ferir antes, desbloqueando mais selos e expandindo um pouco o mundo. O combate é simplista, mantendo um pouco de envolvimento de habilidade. Pressionar B faz o herói balançar sua espada. Ele o balança da esquerda para a direita, mas o balanço permanece por alguns segundos à medida que vai para a direita. Isso faz com que vários acertos ocorram em alvos que estão no lado direito da barra do herói, então você se encontrará constantemente posicionando o herói de modo que sua abordagem ao inimigo seja um pouco descentralizada, bem como os jogos Ys semelhantes.
Você pode equipar várias espadas, armaduras e magias diferentes. Cada espada geralmente tem uma característica especial, como acertos críticos, aumento da taxa de queda de itens e a capacidade de infligir dano a inimigos invencíveis. Cada armadura também tem uma característica especial, mas geralmente é crítica para permitir que você avance, como a capacidade de respirar debaixo d'água, tolerar altas temperaturas e sobreviver ao vácuo do espaço. A magia não é particularmente útil. É necessário para atingir inimigos inacessíveis, mas fora isso, você não o usará com muita frequência. Parte disso é porque a fonte de sua magia, um Soul Orb, gira ao seu redor em alta velocidade, tornando difícil mirar a trajetória de seus tiros mágicos, que custam gemas caídas dos inimigos.
A apresentação de Soul Blazer não é particularmente impressionante. Os sprites podem ser chamados de limitados na maior parte do jogo. Os fundos são bem feitos, levando em conta o ano de seu lançamento, e ocasionalmente se mostram interessantes, como uma cidade em miniatura ou um laboratório maníaco e retorcido. Onde estão os pequenos exemplos de maestria visual está no uso incrível dos efeitos do Mode 7 do Super Nintendo. A maneira como foi implementado neste jogo é bastante sutil e impressionante, geralmente apenas um elemento de fundo complementar que de alguma forma se destaca entre a suavidade do primeiro plano.
90% dos efeitos sonoros neste jogo são copiados diretamente do ActRaiser. O herói faz o mesmo grunhido que o herói do ActRaiser quando é atingido, o que contrasta um pouco com sua aparência jovem e juvenil. O som de corte de espada pode trazer algum incômodo para algumas pessoas, pois é notoriamente desprezado até mesmo pelos fãs do jogo.
A trilha sonora é um pouco incomum. A princípio, parece que Soul Blazer usa um estilo semelhante a outros jogos da Quintet, estando à cargo de Yuzo Koshiro, um grande compositor da empresa. Um detalhe curioso de O tema da cidade é usado em todas as cidades e rapidamente cansa. O tema principal é especialmente memorável. Toda a trilha sonora tem um grande alcance e é intensamente agradável.
A história em Soul Blazer é cativante. A capacidade de se comunicar com todas as formas de vida oferece um ponto de vista único sobre a vida dos objetos do cotidiano. Pode não parecer, mas uma árvore que sonha em ser um pássaro voando livre é comovente. Existe uma raça de criaturas cuja vida inteira dura um único ano. Ver a maneira como eles vivem suas vidas, apesar desse fato, é interessante de assistir. O tema da reencarnação está sempre presente, pois algumas formas de vida renascem de uma forma diferente. Há um casal de marido e mulher que se reencontra de uma forma inesperada. São essas pequenas passagens que mantêm a história convincente, pois a narrativa principal não é profunda.
Soul Blazer não é um título essencial do Super Nintendo, as chega muito perto. É um jogo decente que serve como porta de entrada para outros dois jogos que viriam em sequência, e com melhor qualidade. Qualquer um que queira se aprofundar um pouco na biblioteca do SNES deve conferir este RPG.
Notas:
História: 8/10
Gráficos: 8/10
Som: 8/10
Sistema de Batalha: 8,5/10
Dificuldade: 8,5/10
Total: 8,2
